Segurança hospitalar: os efeitos do coronavírus nos cuidados médicos

A segurança hospitalar pode ser definida como o conjunto de medidas voltadas à proteção de disseminação de agentes patogênicos (causadores de doenças) no âmbito do hospital.

As medidas adotadas dentro da segurança em hospitais previnem o acontecimento de acidentes como as infecções cruzadas, que consistem na transmissão de um microrganismo de um paciente a outro por intermédio do profissional de saúde.

Resumo deste maravilhoso conteúdo

Eventos adversos e segurança do paciente

A segurança do paciente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), diz respeito à redução, o máximo possível, dos eventos adversos causados aos pacientes por problemas na assistência prestada pelos profissionais de saúde.

Sendo assim, a segurança dos pacientes dentro do hospital está diretamente associada ao número de eventos adversos que acontecem e a qualidade de assistência prestada. 

Os eventos adversos podem ser causados por: 

  • Erros com uso de medicação;
  • Infecções relacionadas à assistência;
  • Erros relacionados ao uso de equipamentos médicos;
  • Erros técnicos como falta de higiene.

Além das falhas profissionais, a falta de um monitoramento de limpeza hospitalar pode contribuir para o acontecimento de eventos adversos. Ou seja, em ambos os casos, estes eventos são decorrentes de falha humana.

Tais falhas podem conduzir a danos, parciais ou totais, remissivos ou permanentes, de modo químico ou biológico no paciente.

Boas práticas de segurança hospitalar nos tempos de pandemia 

A pandemia de Covid-19 trouxe novos desafios aos ambientes hospitalares e um redobramento na atenção e cuidado prestado pelos profissionais de saúde aos pacientes.

Entenda agora quais as boas práticas passaram a ser recomendadas dentro dos hospitais após o advento da pandemia.

1. Criação de uma equipe de comunicação e gestão de risco

A pandemia trouxe grande necessidade de modificações dentro dos hospitais, o que culminou com a criação de equipes de comunicação e gestão de risco dentro dessas instituições.

Composto por profissionais das mais diversas áreas no ramo da saúde, a criação desta equipe, também chamada de comissão, se tornou essencial para promoção do adequado planejamento das atividades desenvolvidas nesses ambientes.

A segurança hospitalar foi reforçada nesses moldes, por meio do estabelecimento de novos protocolos, uso de novos equipamentos de proteção individual obrigatórios e novas condutas de limpeza e desinfecção.

Essa comissão, além de estabelecer os novos protocolos e regras, ficou responsável por fornecer treinamentos sobre os procedimentos renovados dentro do hospital, tanto aos profissionais da saúde quanto aos da limpeza.

2. Realização de treinamentos à equipe de saúde e de limpeza

Os treinamentos visam ensinar os profissionais, especialmente os técnicos, a executar ações como calibração de dispositivos, limpeza e desinfecção de superfícies de contato, conduta na troca de vestimenta e na manutenção do paciente.

A conferência constante da calibração de equipamentos médicos tornou-se imprescindível. O erro em aferição de pressão arterial, por exemplo, poderia ser fatal a um paciente com Covid-19.

Por exemplo, uma falsa pressão arterial normal, quando na realidade o paciente está hipotenso (com pressão baixa) pode acarretar em sérias consequências, até mesmo o óbito deste paciente.

Os chamados POPs internos (Procedimentos Operacionais Padrão) dos hospitais foram modificados e incorporaram maiores responsabilidades a todos aqueles que estão envolvidos, direta ou indiretamente, com os pacientes com o vírus.

O que aconteceu na pandemia foi que muitos profissionais necessitaram adquirir seus próprios equipamentos de proteção individual como máscaras PFF2, gorros, aventais descartáveis e até mesmo luvas de procedimento descartáveis.

Uma boa dica é pesquisar por uma loja de EPI ABC ou próximo da região de onde mora, e terá imediato acesso a locais em que pode adquirir os itens básicos com bons preços.

3. Desinfecção dos ambientes e estruturas

A desinfecção dos ambientes e das estruturas usadas para atendimento aos pacientes tornou-se a principal regra dentro das instituições de saúde.

Este procedimento consiste no uso de substâncias com potencial para matar ou impedir a proliferação de microrganismos como vírus, bactérias e fungos e pode ser executado por qualquer pessoa, desde que instruída adequadamente.

A troca do lençol hospitalar passou a acontecer com maior frequência. Além disso, a limpeza agora usa produtos especiais de tratamento químico a fim de evitar a disseminação do vírus.

A internação de pacientes com Covid-19 e manutenção de outros pacientes no mesmo edifício tornou recomendável a adoção de empresas que executam, por meio de equipes e produtos específicos, a limpeza profissional de locais contaminados. 

4. Atenção às interações medicamentosas

Sabe-se que o Brasil é um dos países em que boa parte da população executa uma prática chamada de automedicação que é a administração de medicamentos a si próprio sem orientação de algum profissional de saúde.

No período pandêmico, a automedicação ganhou ainda mais força com o uso de medicamentos com eficácia não comprovada cientificamente contra Covid-19, em uma tentativa desesperada de tentar salvar a si próprio do vírus.

Isso traz para os profissionais o problema da possibilidade de interações medicamentosas, quando da administração de fármacos que realmente atuam sobre a sintomatologia do paciente, ou seja, o conjunto de sintomas.

Em decorrência disso, os profissionais tiveram de redobrar a atenção ao histórico de medicamentos ingeridos pelos pacientes, a fim de evitar que a prescrição dos fármacos corretos para ação nos sintomas gerasse interações prejudiciais.

5. Cuidado com a saúde mental dos profissionais de saúde

Com o advento da Covid-19 muitos profissionais começaram a trabalhar exaustivamente e cobertos por uma série de equipamentos individuais de proteção (EPIs) que deixavam marcas e escoriações.

A sobrecarga emocional desses profissionais pode conduzir a um conjunto de sintomas de fadiga mental e física denominado de Síndrome de Burnout.

Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, o Burnout tem acometido muitos profissionais do Brasil, o que apontou para a necessidade constante de psicoterapia e assistência psiquiátrica a esses trabalhadores.

O aumento da pressão arterial, possibilidade de aumento da glicemia e dos níveis de um hormônio chamado cortisol, além de sensação constante de esgotamento físico, dores de cabeça e no peito, podem ser alguns dos sintomas apresentados.

Se você é um profissional da saúde e possui uma rotina exaustiva de atendimento a pacientes com Covid-19, busque monitorar a sua pressão arterial diariamente.

Caso seja possível, use o esfigmomanômetro (aparelho que afere a pressão) do ambiente de trabalho.

Se desejar manter um aparelho para uso próprio isolado, pesquise por “aparelho de pressão preço” e tenha acesso a uma variedade de aparelhos que podem ser adquiridos e seus valores.

6. Compartimentalização de pacientes

Com uma grande demanda de leitos para pacientes portadores do vírus e sintomáticos, os hospitais tiveram de reorganizar o espaço. Isso porque outras doenças não deixaram de existir para dar espaço ao Covid-19.

Sendo assim, o ambiente hospitalar passou a abrigar dentro da mesma estrutura do edifício, pacientes com e sem Covid-19. Isso exigiu da governança dos estabelecimentos novas estratégias para disponibilização de leitos.

Assim, criou-se a filosofia da compartimentalização, com separação de alas exclusivas para o recebimento de pacientes com o vírus e outras para manutenção dos pacientes com outras enfermidades.

Profissionais distintos foram direcionados para trabalharem exclusivamente em suas respectivas alas, evitando assim a possibilidade de uma infecção cruzada e aumento no registro de pacientes com o vírus.

O uso de cloro para limpeza ou de água sanitária diluída em soluções com água tornou-se grande aliado da higienização hospitalar, especialmente das alas que abrigaram pacientes com Covid-19.

Essas substâncias, isoladas, são capazes de promover uma desestabilização da estrutura de revestimento do material genético do vírus, evitando sua permanência prolongada nos ambientes.

Após a compartimentalização, a limpeza em clinicas passou a ser realizada com maior frequência, o que deve perdurar mesmo após o fim da pandemia, visto que pode reduzir de modo significativo o número de todo tipo de infecção.

Conclusão 

A pandemia mudou todo o comportamento da sociedade. O distanciamento social, uso de máscaras e trabalho em home office foram as principais medidas adotadas pela sociedade em geral para redução da transmissão viral.

Dentro dos hospitais, que são ambientes ainda mais ricos de microrganismos, além do vírus, a atenção teve de ser redobrada com a adoção de medidas de impacto direto na eliminação do vírus e na redução da transmissão entre pacientes.

Em tempos anteriores o hospital, por si só, era um local perigoso para aquisição de doenças com microrganismos resistentes à medicação.

Com o advento da pandemia, esses riscos triplicaram pela chance de interação entre diferentes espécies de vírus e bactérias que podem mais facilmente levar o paciente a óbito.

Neste sentido, a segurança hospitalar, também tida como segurança sanitária, nunca foi tão essencial.

A adoção de medidas restritivas de circulação entre os ambientes, desinfecção rígida e frequente e troca constante de EPIs e do material que teve contato com os paciente foram as principais medidas que evitaram uma catástrofe ainda maior.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

Nutricionista Gustavo Schneider

Nutricionista CRN2 8501 - Formado pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e Especialista em Nutrição Esportiva pela Universidade Gama Filho (UGF). Entusiasta do uso de suplementação alimentar consciente e alimentação saudável

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